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A minha avó costumava encantar-me com as histórias que me contava. História da sua adolescência e de como eu era parecida com ela. Acho que foi isso que a fez partilhar comigo as suas memórias, porque a faziam voltar no tempo e revivê-las comigo.
Histórias dela que acabaram por ser as minhas histórias também...
Completei 24 anos agora e adorava saber como foram os dela.
A Alice e a Andreia, que me conhecem tão bem quanto eu, quiseram celebrar o meu aniversário, e eu sem pensar duas vezes, apresentei apenas uma condição: vamos a Braga!
Eram 9 horas da manhã, estávamos na Estação de Santa Apolónia, o sol já estava quente, e eu já só desejava entrar naquele comboio. Tinha a certeza de que a viagem ia ser cómoda e muito rápida. Acostumada estava eu, tantas vezes vinha buscar a minha avó aqui...
Os últimos passageiros entraram, o comboio partiu, e eu também. Em busca da cidade que um dia foi da minha querida avó.
Era a minha primeira vez em Braga e a cidade parecia estar a brilhar como nunca. Uma cidade cheia de vida, um sol abrasador e tantos sítios para visitar. Apesar de ser das cidades mais antigas de Portugal, estava cheia de jovens como nós.
Queria ver Braga por inteiro por isso o nosso primeiro destino foi subir ao Santuário do Bom Jesus. Mal elas sabiam as memórias que trazia daquele lugar sem nunca lá ter estado...
Foi ali que conheceu o meu avô. O primeiro encontro, o primeiro beijo e a despedida. Às vezes penso que as pessoas amavam mais antigamente, viviam mais. Pelo menos sei que a minha avó viveu tudo ao máximo e eu quis seguir as suas pegadas.
Estávamos perto das 21 horas quando encontrámos um sítio para jantar. Um sítio em que podíamos comer bem e até com direito a sobremesa: aquele pudim abade de priscos tão famoso. Foi um jantar merecido, poupámos para isso. Um desconto Jovem de 25% na viagem até Braga deu-nos a oportunidade de viver tudo o que queríamos nesta viagem!
Dia de regresso a Lisboa mas um último passeio ainda nos esperava. Um jardim comum que de comum não têm nada: o Jardim Santa Bárbara.
Era ali que a minha avó passeava todas as manhãs, e nesse dia, enquanto lá passava, senti que a minha viagem tinha sido cumprida. Escrevi a minha história.
E como Henry Ford disse: “A única história que vale alguma coisa é a história que fazemos hoje”.
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